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sexta-feira, 12 de abril de 2024

O Sono Esperado

 


Já li e ouvi poetas tão
raros, que escrevem
quadras sem palavras
naturalmente tocando o meu corpo
álgido e violáceo,
como se toda a
apocalíptica sobre
a vida fosse fácil de se ler 

E como saberei
se a manifestação
fora da flora ou dos faunos,
se nem sempre posso
entender
a voz da surdez
cruel das pedras?

É  sob manto da morte,
cosido de peles cortadas,
(sobejos de medos descarnados)
que eu me conglobo nas escarpas 
um pouco torto ou meio de lado

Rasgo o solo e digo
nem o licoroso orvalho
das uvas no auge de seu frescor
é tão brando e gentil 
quanto o sono que me espera nos prados!



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