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segunda-feira, 8 de abril de 2024

Só Um Sinal

 Ah! má sorte!

Somente uma
mancheia de um
sal extraterreno,

para limpar-me
esta mancha
na debulhada face,
cuja ácida lágrima
fê-la feia!

Tão forte é
o quebranto,
que já nem tapo
inutilmente o Sol
quando releio
os poemas de Ovídio.

E tu, pobre calhandra
a fugir do gavião?
Antes do feitiço,
não esperou-te
o singrante navio.

E nadaste,
nadaste,
em vão!

E se um dia
quando
sobrevoares
a Mégara
em ruínas,

que tu lembres
das pedras
que atiravas no muro
tangendo a lira.

Quão triste é o
meu fim em todas
as histórias de amor!

Sei que esperavas
por um príncipe,
e que te chegara
este sapo,

cuja alma sofrida,
só o meu cão 
reconheceu.

Na Bretanha
estou a morrer
envenenado e

anelo ver-te
pela última vez.



Mas cuidado!
Cuidado com
aquela cujas
brancas mãos,
são imunes ao sal.

Por seus lábios
que gotejam cicuta,
ouvirei ao morrer que,

negra, era a bandeira
a drapejar em sua nau
(e que, indiferente,
tu não quiseste
me rever).

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