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sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Os últimos cânticos. (post 666)

 

                                                                   foto de A. Leles (Bósnia)

Há tantos mistérios
tantas faces
tantas inversões

de Veneza ficou na mente
a imagem das águas espelhadas
e da poesia ficou
meiguice de um sonho

os ratos sempre serão
mais espertos do que os loucos
os ratos constroem dos inocentes a loucura
como  se fosse seus ninhos

sinto saudade da neve
tenho saudade da natureza
e dos cachorrinhos alegres
dos gatos pacatos
e da paz

mas a gaze com a qual
querem amarrar meus lábios e membros
tem o visgo das teias das aranhas
cujo veneno mortal em mim se derrama

ai de mim (!)
ai do poeta que só anda tristonho (!)
ai dos versos que antes falavam do caminho
e do amor verdadeiro (!!!)

até quando meus ossos
aguentarão o tranco (?)
nunca mais ouvi o apito do trem
eu só queria ouvir no silêncio o canto do galo

ai meu Deus (!) eu quero o som da voz 
de quem muito me quer e me ama
oh (!) onde estás meu pequeno refrigério (!)
tardios versos de neblinas (!)

sentirias o aroma da hortelã no canteiro
onde os leões não se movem
e perpetuam as folhas verdes do salgueiro
é fato que eu morrerei sem ti
meu único bem (!)


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