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quinta-feira, 30 de maio de 2024

Poema Amarelo



Condensa esta forma de amar
num súbito
verso

calcinando
ossos brancos
decorando
olhos brandos

coordena e
direciona
na vogal
a fulgência
das pepitas

tu que
estás fadada
à fluência
na fugaz carne
que gesta o vão orgulho

condenada ao lacre
da metáfora
desmentida

efetivamente
alheia às
rodas de fumo
aos vernizes da arte
com risos e valores anêmicos

mas resguardada
em anel de fadas
emergente nos capins dos campos
rima o frescor das chuvas
com Sol de ouro maciço
do casto helianto

ó mulher que muda
palavras sem
perder o rumo
da fonte borbulhante
da menina de julho

condensa
coordena
e direciona
o poema amarelo
que aqui espero cansado
cansado de
verter o meu pranto


.

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